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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Leucemia: Fisiopatologia - e Etiologia

As leucemias são distúrbios malignos do sistema hematopoiético, que envolvem a medula óssea e os gânglios linfáticos. São caracterizadas pela incontrolada proliferação dos leucócitos e seus percursores. Com raras excepções, a medula óssea é envolvida, inicialmente, por infrequentes manifestações de outros órgãos hematopoiéticos, levando ao aumento de volume desses órgãos.

A proliferação de qualquer tipo de célula interfere, muitas vezes, com a produção normal de outras células hematopoiéticas, levando ao desenvolvimento de células imaturas, anemia, etc. A imaturidade dos glóbulos brancos leva à diminuição da imunocompetência, com aumento da susceptibilidade às infecções. A causa da leucemia é desconhecida.

Embora não tenha sido ainda identificada a etiologia que conduz ao desenvolvimento da leucemia aguda, na maioria dos doentes, já se descobriram algumas relações de predisposição. As pessoas com aberrações cromossomáticas específicas, como o síndroma de Down, na neurofibromatose de Recklinghausen e na anemia de Fanconi, têm maior possibilidade de desenvolver a leucemia aguda. A exposição crónica a produtos químicos, como o benzeno, fármacos que provocam anemia aplástica e radiações, têm sido associados a uma maior incidência da doença.

As leucemias são classificadas como agudas ou crónicas, segundo a sua evolução clínica, e são ainda subdivididas em relação ao tipo de células que prolifera. As leucemias agudas envolvem células imaturas, e são classificadas segundo a célula predominante na medula óssea. Não têm tratamento possível, conduzindo à morte em menos de seis meses. As células neoplásicas são geralmente blásticas (anaplásticas). As leucemias crónicas podem ser linfoblásticas, como o caso da leucemia linfoblástica crónica ou leucemia mielóide crónica.

Diagnóstico e características da doença:
Quando a leucemia está no início, o seu diagnóstico é difícil, uma vez que os sintomas desta doença são semelhantes aos de outras doenças. Entre os principais sintomas temos:

- cansaço;

- falta de apetite;

- febre intermitente.

Á medida que a doença avança, surge a dor nos ossos, como resultado da multiplicação das células leucémicas no sistema ósseo. Quando proliferam, as células imaturas invadem o espaço que antes era ocupado por células normais, impedindo assim a produção destas células no sangue.

A redução da quantidade destas células no sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas) é responsável por outras manifestações clínicas que acompanham a leucemia, entre as quais, temos a diminuição do número de glóbulos vermelhos. Se esta for acompanhada por uma perda de sangue por hemorragia, então a quantidade de glóbulos vermelhos, sofre uma diminuição drástica. Tal situação conduz à anemia, cujos sintomas são:

- palidez,

- cansaço;

- pouca tolerância ao exercício.

As plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue, também são afectadas, pela proliferação das células imaturas. Se o número de plaquetas diminuir, podem surgir pequenas manchas na pele e hematomas, como consequência de hemorragias causadas por golpes leves. Podem também surgir hemorragias através do nariz, boca e recto.

Se o número de plaquetas diminuir de forma severa poderá ocorrer hemorragias mais graves ao nível do cérebro.

A suspeita de diagnóstico é reforçada pelo exame fisico, que pode alertar para a possibilidade da doença quando o doente apresenta palidez, febre e presença de pequenas manchas avermelhadas. O hemograma pode revelar anemia e a contagem leucocitária pode estar baixa, normal ou elevada. Porém, o diagnóstico final baseia-se no exame de medula óssea.

Para Diagnóstico
1. Mielograma:
É um exame de grande importância para o diagnóstico e para a avaliação da resposta ao tratamento, indicando se não são mais encontradas células leucémicas na medula óssea (remissão completa medular). Esse exame é feito sob anestesia local e consiste na aspiração da medula óssea seguida da confecção de esfregaços em lâminas de vidro, para exame ao microscópio. Os locais preferidos para a aspiração são a parte posterior do osso ilíaco (bacia) e o esterno

(pane superior do peito). Durante o tratamento são feitos vários mielogramas.

Para Avaliação
2. Punção lombar:
A medula espinhal é parte do sistema nervoso que tem a forma de cordão e por isso é chamada de cordão espinhal. A medula é forrada pelas meninges (três membranas). Entre as meninges circula um líquido claro. A punção lombar consiste na aspiração do líquor para exame e também é feita para injecção de medicamento com a

finalidade de impedir o aparecimento de células leucémicas no sistema nervoso ou para destruí-las quando existir doença nesse local. É feita na maioria das vezes com anestesia local e poucas vezes com anestesia geral. Nesse último caso, indica-se quando crianças de pouca idade são muito agitadas e não cooperam com o médico.

Tratamento
O tratamento recomendado neste tipo de doenças é a quimioterapia. Neste tipo de tratamento utilizam-se vários medicamentos por forma a destruir as células leucémicas.

Como não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objectivo de destruir as células leucémicas. As pesquisas indicam que o tratamento não destrói a totalidade das células leucémicas. As defesas do organismo se encarregariam de destruir as restantes. Não há um medicamento que isoladamente cure a leucemia. O grande progresso para obter sua cura foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate à doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos é indicado o transplante de medula óssea.

O tratamento é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia, uma vez que o principal objectivo consiste na destruição da maior quantidade possível de células leucémicas. Esse resultado é conseguido entre 1 e 2 meses após o inicio do tratamento, quando os exames não evidenciam mais células da doença. Isso ocorre quando os exames de medula óssea e sangue e o exame físico não demonstram qualquer anormalidade.

Entretanto, as pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas, o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída. Nas fases seguintes, o tratamento também varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides. São três as etapas nesta fase do tratamento: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). A fase de consolidação dura de 2 a 3 semanas, enquanto a fase de manutenção deverá prolongar-se durante os 3 anos de tratamento. Por ser um tratamento mais agressivo, pode ser necessária a internação do paciente por curto período, quando ele apresentar infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos.

Na fase de indução da remissão, cuja duração é de 4 a 5 semanas, tenta-se destruir a maioria da quantidade das células malignas. Em certas ocasiões, a remissão é apenas parcial, por esta razão alguns sintomas não desaparecem de todo.

Se se interromper o tratamento, o controle da doença será temporal, e passado uns meses a leucemia, voltará a manifestar-se da mesma forma como havia feito antes de se ter iniciado a quimioterapia. Com o fim de manter a remissão e curar o paciente, deverá continuar-se a medicação durante três anos ineterrompidos, a partir do momento em que se inicia o controle das células da medula óssea.

A fase de consolidação dura de 2 a 3 semanas, enquanto a fase de manutenção deverá prolongar-se durante os 3 anos de tratamento.

Durante as diferentes etapas da quimioterapia, é necessária a realização de exames de sangue e da medula óssea, por forma a se conhecer a evolução da doença e poder ajustar as doses dos medicamentos.

A quimioterapia não destrói selectivamente as células malignas, porque se não também afectava as células normais, como é o caso das células do sistema digestivo, as da raíz do cabelo, as da medula óssea, etc.

http://evunix.uevora.pt/~sinogas/TRABALHOS/2001/Imuno01_desord_linfo.htm

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